“Rei Davi” é uma das maiores produções da história da TV
A Record quer se destacar na produção de minisséries bíblicas. Começou com A História de Ester, que pecava em alguns efeitos especiais, atuações e detalhes técnicos. Depois, investiu em Sansão e Dalila, que contava com um texto mais aprofundado e atuações convincentes, mas deixava a desejar ainda na parte gráfica e técnica. Agora, com ares de superprodução, Rei Davi chega com um dos maiores orçamentos da TV aberta – são R$ 25 milhões divididos em 29 capítulos. O que explica os cenários bem feitos e a riqueza de detalhes no que diz respeito ao figurino e à produção de arte. Até o elenco parece mais bem selecionado, reunindo alguns dos mais importantes nomes da emissora. Como Leonardo Brício, Rodrigo Phavanello, Gracindo Jr., Maria Ribeiro e Ângela Leal, entre outros.
A melhor surpresa veio mesmo nos salmos cantados em hebraico por Leandro Léo. O jovem ator, que também é cantor, se saiu muito bem na função, dando um charme a mais à fase ingênua de Davi, que esta semana será substituído por Leonardo Brício. O mesmo não se pode dizer da escalação de Marly Bueno para viver a vilã Ainoã, mulher do Rei Saul, de Gracindo Jr. Foi inevitável a sensação de “déjà vu” ao se constatar, já no primeiro capítulo, que até em tramas passadas no Velho Testamento a atriz interpreta a mãe ranzinza que inferniza o filho e a nora.
O discurso mais atual e a linguagem informal são, sem dúvida, tentativas de uma comunicação mais eficaz com as classes populares. Mas o que por um lado facilita o entendimento, por outro causa certa estranheza. Principalmente por se distanciar demais de tudo que é visto em cena. Chega a ser curioso que não tenham se preocupado em criar uma forma universal de falar que fosse de fácil compreensão e, ao mesmo tempo, preservasse o tom de épico da série.
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